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Foto do escritorRevista Cine-Stylo

Curtas do 5º Festival Ecrã

Confira a cobertura da Singular sobre os curtas-metragens do 5º Festival Ecrã de experimentações audiovisuais.



Como de costume nas coberturas da Revista Singular, esse post será destinado para críticas de curtas-metragens exibidos na 5ª edição do Festival Ecrã. O objetivo é facilitar o acesso aos textos e oferecer um panorama geral das análises feitas ao longo do período de exibição.


Você pode acompanhar na íntegra a programação de curtas clicando aqui.


Espero que gostem!



AS GRANDES DISTÂNCIAS

(Dir: Matheus Zenom)


Em uma abordagem nostálgica, As Grandes Distâncias se apoia no diminuto uso dos recursos para explorar sentimentos e interpretações do espectador. O curta desenha uma barreira de "claridade" entre o terreno e o celeste e, apoiando-se em seu título, ele usa dessa longitude para lentamente explorar a passagem do tempo e o teor intangível daquilo que a lenta panorâmica acha no auge de seu movimento.


Essa divisão é bem notável não só nesse percurso, que transita do baixo lago e dentre a altura das árvores até o próprio céu, como no ajuste que faz para minimamente distinguir o que se passa acima. Como se portões se abrissem para uma realidade acima e, logo após permitir um raso vislumbre, nos condenassem a encarar os tremores de uma existência mundana.


Texto por: Davi Alencar



80.000 ANOS

(Dir: Christelle Lheureux)


A existência é, em muitos pontos, dúbia. Algumas ações só fazem sentido quando associadas a outras mesmo que, na maioria das vezes, só sejam vistas como um evento isolado. O curta 80.000 Anos é um experimento de conexão, interligando momentos ao dividir a unidade do quadro em dois, ele se desenvolve como uma peça interessante e desafiadora visualmente mas que não acha substância ao explorar a profundidade de temas e possibilidades narrativas que constrói.


O filme se perde na tentativa de tentar jogar para a montagem (e para a interação entre as duas metades da tela) toda a força que tem. Há nostalgia em excesso, seja ela sobre memórias de infância ou sobre um passado primitivo, que não acha um caminho para incorporar o filme e abraçar sua estrutura sem que seja na fala.


Lembra muito o clipe We Don't Talk Anymore de Charlie Puth e há vislumbres de sua ótima articulação quando as paisagens começam a se conectar na corrida de Céline ou no jogo de ponto de vista instaurado na relação entre campo e contracampo. Todavia, é menos impactante e tocante que sua contraparte musical.


Texto por: Davi Alencar


A 5ª edição do Ecrã acontece entre 15 e 25 de Julho de 2021 e conta com mais de 100 atrações focadas em explorar os limites do audiovisual. Você pode conferir a programação na íntegra clicando aqui.

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